sábado, 16 de junho de 2012

Francisco Olivar: o Dom Quixote da Cultura, dos Livros e dos Quadrinhos!

Enfim chegaram as merecidas férias! Depois de deixar o blog um pouco de lado estes últimos meses, volto aqui para complementar uma homenagem a Francisco Olivar (para mim Chicão) que encontro sempre na entrada da estação do metrô da Carioca no Rio de Janeiro.
O Chicão (Francisco Olivar) é daquelas pessoas que trazem gravado no rosto aquela mensagem que vemos todos os dias nos vidros dos carros: "É Bom ser do Bem!"
Conheço Chicão já há muitos anos, tanto da entrada da estação do metrô, quanto da feira de antiguidades da praça 15 onde ele tem também um barraca.
No nosso último encontro há duas semanas passadas, encontrei-o com cachecol e uma caneca de vinho em sua barraca no metrô. Após prosearmos e separar alguns livros e revista o Chicão me entregou um Jornalzinho e disse "é para você ler, mas não acredita em tudo não, pois o Gilberto costa que escreveu é meu amigo e exagerou um pouco!".
Fui para casa, e curioso quando cheguei fui ler o artigo. Já sabia de parte da sua história, mas ler a opinião e escrita de outra pessoa é diferente. Achei muito legal sua história!
Estando no sábado novamente na feira e encontrando Chicão pedi se podia republicar o texto e tirar uma foto sua, e ele disse que sim! Veja abaixo, o texto publicado no Jornalzinho "O Nordestino" de autoria segundo o Chicão Gilberto Costa que é diretor do mesmo:
A coluna chama-se Personagem do Nordeste. O título "Francisco Olivar: o Dom Quixote da Cultura;
"É quase impossível encontrar um intelectual carioca que não presenciou ou não conhece o livreiro Francisco Olivar.
Olivar, como é mais conhecido, começou sua jornada entre os livros, precisamente em 1979, na Livraria Entrelivro, largo do Machado, na década de 80, uma das mais importantes do RJ, lá entrou em contato com importantes escritores nacionais e estrangeiros, políticos, intelectuais etc, com menos de um ano de trabalho, com pouco mais de 20 anos de idade.
Com a venda da Entrelivros, para Unilivros, Olivar foi trabalhar em Ipanema, na Unilivros, com o dono da mesma, sr. Jorge Heli que é importante diretor de cinema, cuja loja vivia cheia de artistas de todos os naipes, de Tom Jobim, Joãozinho trinta. No final dos anos 80, o mesmo recebeu uma proposta irrecusável para trabalhar na editora Brasiliense, fundada pelo grande Caio Prado Junior e Mairo Lobato. com a morte de Caio Prado, ele decidiu partir pra carreira solo, e montou uma livraria na rua  da Constituição, 5, Praça Tiradentes. Sem estrutura, usando mais o coração, que a razão, abriu uma filial no Largo do Machado, não suportando os altos aluguéis, não resistiu, perdendo quase tudo que tinha conquistado. Mas tudo nesta vida tem um lado positivo, e Olivar começou a participar da Feira do Livro, onde cada mês ocupava uma praça da Cidade do RJ, e neste período entra em contato com a realidade de cada bairro, muito deles nesta época, em bairros carentes, lança o livro a R$ 1,00, qualquer livro, alguns o chamaram de louco, mas é o maior sucesso, já visto em vendas.
Teve dias de vender até 5.000 livros. Olivar gostou muito da idéia e fundou com 6 amigos uma feira de livros para vender em cidades do interior do RJ, Minas e São Paulo no qual passa anos percorrendo cidades destes três estados vendendo livros barato.
Nesta ocasião teve contato com acessores do então Ministro da Cultura, Francisco Welfort, e passa a idéia do "ticket livro" que é um ticket de R$ 20,00 para cada trabalhador. Com esta idéia o livreiro acha que teríamos um ponto de livros em todos os municípios que dependendo pode se tornar uma livraria.
Em 2009, Olivar abriu novamente, uma livraria, na sua cidade natal que é Camocim a 360 Km de fortaleza, com objetivo de não ganhar dinheiro, mas levar conhecimento, cultura para os conterrâneos. Atualmente ele trabalha na feira de Livro, permanente na saída do Metrô carioca.
Olivar em 1998, lançou seu livro"risadinha o menino que não ganhava presente", com grande sucesso, foi peça de teatro, e hoje totalmente esgotado, este pequeno livro abriu as portas das academias de letras.
Hoje ele pertence  a Academia Cearense de Letras e Artes do RJ, Academia Brasileira de Literatura de cordel, diretor cultural do Instituto Histórico, Geográfico de são João de Meriti, pela sua ajuda na formação de várias bibliotecas, recebeu duas menções da Câmara dos Vereadores do RJ, uma do então vereador Ruy César, hoje secretário especial para as Olimpíadas 2016.
O livreiro Olivar, já foi matéria de vários jornais, como O Globo, JB e alguns periódicos estrangeiros, em 2010, a Rádio Globo CNB, no aniversário da cidade do RJ, escolheram 10 pessoas através da jornalista Lilian Ribeiro, a série intitulada "Alma carioca", mostrando personagens do RJ que já estão inseridas na história da cidade, Olivar foi um dos eleitos.
Olivar também é um dos maiores colecionadores da obra de Monteiro Lobato e palestrante da vida e obra. Fez palestras em diversas academias de Letras, e já fez até no Histórico Clube Militar da Lagoa, palco da República Velha.
Seu grande amor pelas letras é tão grande que editou por conta própria , um livro de um agrande amigo seu, de sua cidade natal que é Camocim, Ceará.
Com a edição deste livro choveu trabalhos inéditos para novos livros, sua opção foi falar com o prefeito da cidade e conseguiu a promessa da prefeitura em editar 11 livros de pessoas de sua pequena cidade".
Bela história a do Chicão, mas faltou no artigo dizer que o Olivar (Chicão), também vende revistas de histórias em quadrinhos a R$ 1,00!

Não era nada mais, nada menos que as primeiras 40 edições do Jornal Pasquim!
E assim tem sido desde que conheci Chicão, gente boa toda vida!
Vai aqui uma foto do Chicão na Feira da praça 15 sempre aos sábados, mas que também pode ser encontrado de segunda a sexta na entrada da estação do Metrô da Carioca (primeira barraca na saída a esquerda).
Dê um passeio nestes dois locais e compre um livro ou revista em quadrinhos e ajudem ao Chicão a manter aceso o sonho de livros a R$ 1,00, afinal não vi nenhum governo até hoje pensar que cultura pode ser tão acessível desta forma. Viva Chicão e sua e sua brilhante batalha!
Para quem quiser colaborar com doações para o projeto do Chicão eis seu telefone de contato: (21) 8350-9619.


2 comentários:

  1. Tenho alguns livros e revistas, como posso encaminhá-los ao Francisco Olivar para o projeto do 1,00

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  2. Grande Ranieri

    Estivemos juntos na barraca do Júlio Amorim catando aqueles livros da Coleção Saraiva, com as belas capas do Nico Rosso.
    Já tivemos contato anteriormente, depois lembrei, adquiri alguma revista, talvez umas "Quem foi?" do Sherlock Holmes, com você no ML, de qualquer forma foi um prazer voltar a encontrá-lo pessoalmente. E agora, vendo as fotos do Olivar e do David, é que me dei conta da importãncia do seu trabalho na divulgação dos quadrinhos para todos os que tem apreço ao assunto.
    Parabéns pelo blog, e tudo de bom pra você.

    Um abração
    Carlos

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