O que tanto atrai os colecionadores? Faço vezes ou outra está pergunta a mim mesmo! O que se passa na cabeça das pessoas para colecionar relíquias que para muitos não passa de papel,metal, madeiras em pedaços?
Cada um dos leitores vai ter mais de uma resposta com certeza!
Para mim com as revistas, é a história que se esconde por trás da publicação! E também o prazer de tentar preservar está história!
Este é o caso da Revista PIF PAF que teve a curta duração de 8 edições!
Lançada 1 mês e meio após o golpe militar de 1964 como revista independente e já de resistência ao novo regime! Mais tarde foi classificada pelas forças armadas como "Esquerdista", e segundo o Millôr, o Exercito não sabia o que era esquerdista, pois o convocaram várias vezes para explicar e ele também não sabia!
Na década de 60 a revista O Cruzeiro poderia ser comparada hoje com a poderosa Rede Globo. Nesta revista de grande circulação tinha o Millôr Fernandes uma coluna chamada PIF PAF, que fazia o maior sucesso. Fazia até o dia que o Millôr publicou "A Verdadeira História do Paraíso".
A revista após sofrer "pressões" demitiu o Millôr!
O tiro saiu pela culatra! A Demissão do Millôr culminou com criação da revista independente e já de oposição ao regime que chegava!
Com um detalhe que veio a fazer grande diferença, uma nova equipe: Millôr, Jaguar, Claudius, Ziraldo, Fortuna! A nata das charges, desenhos e cartuns na época! Além dos belos desenhos destes, com textos de Sérgio Porto (O Stanislaw Ponte Preta), Rubem Braga, Antônio Maria, Leon Eliachar e outros colaboradores!
Para terem idéia do que ocorria na época, já no primeiro número o Claudius foi preso pelo DOPS (braço da repressão na época).
O projeto gráfico da revista ficou a cargo de Eugênio Hirsch, e até hoje é considerado moderno, conforme poderão atestar nas imagens a seguir.
O Millôr dizia que era uma revista semanal que saia de quinze em quinze dias.
A revista fazia sucesso, mas incomodou a elite governante e golpista e todos sabem como isto acaba!
Apreensão de edições, prisão de colaboradores, ameaças a anunciantes e etc...
E no último número uma mensagem de "Advertência"!
"Quem avisa amigo é: Se o governo continuar deixando que certos jornalistas falem em eleições; se o governo continuar deixando que determinados jornais façam restrições á sua política financeira; se o o governo continuar deixando que alguns políticos teimem em manter suas candidaturas; se o governo continuar deixando que algumas pessoas pensem por sua própria cabeça; e, sobretudo , se o governo continuar deixando que circule esta revista, com toda sua irreverência e crítica, dentro em breve estaremos caindo numa democracia"!
Foi a gota d'água! apreensão da última edição e perseguição aos colaboradores de todas as maneiras!
Mas aí é outra história! Mas aí nasceu o Pasquim alguns anos depois em formato tablóide e com grande parte deste time que fez história. E que está contado em outro post do Museu dos Gibis!
Durante anos estes exemplares, tornaram-se objeto de desejo de colecionadores e pesquisadores, tanto que em 2005 a Editora Argumento relançou em facsimile as 8 edições em uma embalagem especial comemorativa intitulada "PIF PAF 40 anos Depois", que já encontra-se esgotada na editora!
O Museu dos Gibis, em mais uma ação de divulgação está colocando hoje a venda, 7 edições originais da revista (raríssimas de se encontrar) e mais dois livros da edição comemorativa de 2005 da Editora Argumento!
Basta acessar o link:
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-437197659-revista-pif-paf-n-2-rarissima-o-berco-do-pasquim-_JM
Só lendo as revistas para entender a história!
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