Edição Maravilhosa e as edições maravilhosas!

Quando iniciei o Blog, tinha uma grande preocupação, que era manter a continuidade das postagens. Planejei inicialmente fazer um mínimo de quatro por mês, pois já vinha há algum tempo fazendo uma pequena sinopse das coleções, tipo editora, mês e ano do lançamento da revista, última edição e curiosidades a respeito da publicação. Entendi que para início do projeto, já seria suficiente. Iniciei o Blog utilizando estes pequenos guias e confesso que foi de grande ajuda.
Mas aí estabeleci uma rotina de atualizar sempre com matérias a respeito das novas aquisições do Museu dos Gibis, porquê com isto, uni o útil ao agradável. Por exemplo, quando recebo as revistas adquiridas, e faço as classificações ou substituições nas coleções aproveito para escrever a postagem.
Ontem recebi um lote de revistas da Edição Maravilhosa da Ebal. Já tinha a coleção, mas como sempre acontece alguns exemplares, com riscos e etiquetas de preços necessitam serem substituídos, então quando tenho oportunidade de adquirir um lote destes, não perco a oportunidade, pois geralmente acaba sendo benéfica para a coleção.
A Edição Maravilhosa da Ebal durou 200 números (a última edição da primeira série foi publicada em Dezembro de 1962). A única da Ebal que ultrapassou os 200 números. Existiu uma segunda série que durou 24 números.

O exemplar número 1 foi lançado em Julho de 1948, o interessante é que o modelo de conteúdo da revista (romances, clássicos e obras da Literatura mundial, ilustradas), foi testado em dois lançamentos da própria editora, a revista Herói números 9 e 12. No número 9 foi publicado O Último dos Moicanos e no número 12 A Ilha do Tesouro. Na capa destes dois exemplares, já vinha a chamada "Edição Maravilhosa". No número 12, inclusive veio destacado 2ª Edição Maravilhosa. O exemplar 1 chegou nas bancas juntamente com a revista O Herói número 15. Na abertura da edição 1 o editor fala do sucesso das duas edições de o Herói e da decisão de tornar a revista independente.
Do número 01 ao 24 (que a própria editora chamava de 1ª edição), tinha o formato médio,  entre o formatinho e o americano. a partir do número 25 (julho de 1950), adotou o formato americano.
Na edição 25 tivemos a primeira quadrinização de uma obra nacional na revista, O Guarani de José de Alencar com desenhos do André Le Blanc (que já falamos em postagens passadas). Segundo o Ezequiel de Azevedo, no livro Ebal Fábrica de Quadrinhos Guia do Colecionador, foram mais de 300 mil revistas vendidas em três reedições.A obra do Ezequiel é um excelente guia para os colecionadores de revistas em quadrinhos da EBAL, comprem sem medo.
A conversa com o diretor que abria todas as revistas era um capítulo a parte. Desde a primeira edição, até a última, temos um panorama da história da Ebal e da revista. Ali o Diretor (Adolfo Ainzen), tecia comentários a respeito dos investimentos em romances nacionais, preço do papel, o sucesso das revistas da editora. Parecia um blog do seu tempo!
As capas das revistas eram um show a parte.Antônio Euzébio, Monteiro Filho, Gil Coimbra e tantos outros.
As tiragens das edições deveriam ser realmente altas, pois encontramos com certa facilidade as edições desde o primeiro número. Ajuda também que na época as pessoas costumavam encadernar as edições.

Foi-se a Ebal, mas ficou a obra, MARAVILHOSA! Curtam algumas capas!